Roadster

A Cartier é uma grife especializada em criar artigos de altíssimo luxo, sendo uma das (se não for a maior) empresas com os produtos mais valiosos do mundo. É espantoso mesmo passar em frente a vitrine de uma de suas lojas, e admirar as jóias mais preciosas que podemos imaginar, desde pequenos pingentes até relógios.
E por que não, PERFUMES. A postagem de hoje diz respeito a um perfume super comentado por grandes colecionadores de todas as partes do mundo, muito indicado por uns e acautelado por outros, mas o fato é que alguns temem por perder a exclusividade, e eu venho aqui agora desmistificar isso. A começar pela descrição do fabricante:

Roadster (Cartier): Fougère aromático, com notas de bergamota, menta, láudano francês, vetiver, patchouli e baunilha.

Roadster tem um frasco maravilhoso, inspirado no relógio intitulado com o mesmo nome, e chega de princípio prometendo bastante. Uma caixa elegante, com papel que lembra papiro, poroso e áspero, com a assinatura Cartier e o nome da fragrância por cima, escritos na horizontal do frasco, dando a entender que o mesmo deve ser guardado "deitado". Até aí, tudo bem. Toda a aura de glamour e sofisticação ficou voltada inicialmente só para o frasco e sua caixa. Agora, evoluiremos para o perfume.

A primeira borrifada gera uma sensação de menthol, aquela menta verde gelada, como se fosse uma bala Halls azul ou pasta de dente. Alguns acham que hortelã seria o mais adequado, porque é bem mais intenso, mas o fato é que o toque aromático do perfume se dá a existência dessa menta. Lá fora, menta e hortelã são a mesma coisa, aqui no Brasil que há essa difusão. E o perfume sustenta esse menthol por alguns minutos na pele, algo entre 5 e 15 minutos, na maioria dos casos. Para mim, a melhor fase do perfume. Logo em seguida, o menthol perde força e se torna uma menta mais verde e aromática, em mescla com mais madeiras frescas e outras texturizadas, e aquecidas pela baunilha, ressecadas pelo láudano (que tem um cheiro seco, aquecido e atalcado, e lembra banana prata amassada), e bem masculino. Com o passar das horas, o perfume que era para ser um mentolado aromático, fica bem oriental, com a menta perdendo cada vez mais força e dando lugar ao patchouli, a baunilha e o láudano. O vetiver é a madeira responsável por tornar o perfume fresco e levemente esfumaçado, mas também não é muito evidente depois de 4 horas de aplicação. Em cada fase de destaque de suas notas, o perfume tem 3 aromas totalmente distintos, e isso faz do Roadster se tornar, no mínimo, questionável.

Fixação: 4/5
Projeção: 4/5
Aroma: 3,5/5

Consideração final do Perfumista: Nota 3,85. Pelo preço cobrado, pela história da grife, e pela evolução do perfume que é totalmente TRIFÁSICO, deixou e muito a desejar.